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quarta-feira, 21 de março de 2012

Mulheres da Geração Y se Posicionam Menos em Relação a Carreira

Por Letícia Arcoverde

As mulheres da geração Y, nascidas entre o fim dos anos 70 e o início dos 90, estão otimistas em relação a seu espaço no local de trabalho, mas ainda se comunicam menos do que os homens na hora de administrar a carreira. É o que indica uma pesquisa da Accenture com 3.900 executivos de 31 países, inclusive o Brasil.

Entre elas, 65% acreditam que homens e mulheres são iguais no mundo profissional e 66% veem outras mulheres como exemplo dentro de suas próprias companhias. Ainda assim, elas falam menos com seus superiores sobre seus planos e vontades profissionais. Entre homens da mesma geração, 64% dizem administrar sua carreira pró-ativamente, enquanto entre as mulheres o número fica em 54%.

Um exemplo dessa atitude que a pesquisa identificou foi o ato de pedir aumento aos chefes: 61% dos homens já o fizeram, enquanto o mesmo acontece com somente 45% das mulheres. No geral, uma em cada quatro mulheres da geração Y diz nunca ter discutido sua carreira com seus superiores.

Pouco menos de um terço (31%) dessas mulheres acham que sua carreira está estagnada. Quase metade (47%) diz que a falta de oportunidades e de um caminho definido de carreira as impedem de crescer. O número geral, que envolve homens e mulheres de todas as idades, fica em 42%.

Na relação entre vida pessoal e profissional, elas têm vontades parecidas com as mulheres da geração anterior, as “baby boomers”. Para 29% das mais jovens, o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal é o principal aspecto da carreira, seguido de perto por benefícios e remuneração, com 25%. A pesquisa também apontou que 59% delas já mantiveram um emprego porque ele oferecia horários flexíveis.


fonte da imagem: gettyimages

terça-feira, 20 de março de 2012

Como Ser um Bom Chefe em Pequenas Empresas?

Nunca aceite o crédito pelos resultados sozinho, ensina especialista 

Editado por Priscila Zuini

Respondido por Adriana Gomes, especialista em gestão de pessoas

Não é fácil gerir equipes e ser alguém admirado, querido e um modelo a ser seguido. Entretanto, é possível manter a relação de trabalho em níveis muito bons, ou seja, com um bom clima e alta produtividade.

Para ser um bom chefe, nunca aceite o crédito pelos resultados sozinho. O seu resultado vem do esforço da equipe, assim, seja generoso e compartilhe o sucesso com todos. Essa atitude aumenta a confiança da equipe.

Delegue tarefas e demonstre confiança na sua equipe. Nada pior do que treinar e desenvolver alguém e não dar oportunidade para que ele coloque em prática. As pessoas nem sempre precisam fazer as tarefas exatamente do modo como você faz. Seja paciente e acompanhe o desempenho. Segure a ansiedade. Essa atitude pode fazer a diferença para aumentar o desempenho do seu time.

Conheça cada elemento da sua equipe. Escute a história de vida deles, saiba por que estão ali e seus objetivos pessoais e profissionais. Mantenha-se aberto e disponível para orientar, explicar e apoiar. Além disso, seja o exemplo. Nada melhor do que coerência: pratique o que você fala.

Posicione sua equipe sobre o contexto em que a tarefa está inserida, criando uma cadeia lógica de tarefas e responsabilidades. Com essas dicas colocadas em prática, sua avaliação perante a equipe pode melhorar bastante.


fonte da imagem: gettyimages


sábado, 17 de março de 2012

Falta de Educação Financeira

por Erasmo Vieira


O profissional com problemas financeiros pode até receber o melhor treinamento técnico ou de motivação, mas quando chegar à sua mesa e se deparar com a ligação do gerente do banco ou de um cobrador pedindo explicações por um cheque devolvido, terá seu treinamento todo prejudicado.

Vivemos várias décadas de inflação, onde era realmente difícil de se planejar as contas, pois tanto o salário quanto os preços eram reajustados – estes, inclusive, até diariamente. Isto fez com que grande parte da população não se habituasse a controlar as finanças.

O plano real trouxe estabilidade monetária e financeira, e está exigindo de todas as pessoas uma organização melhor das finanças pessoais e empresarias, coisa que ninguém recebeu na escola.

Dados do SEBRAE mostram que 57% dos empresários estão com dificuldades financeiras. Mesmo as pessoas formadas com pós-graduação 41% apresentam problemas nas finanças contra 78% das pessoas que não possuem estudos.

Muitos destes problemas são ocasionados pelas altas taxas de juros, e o empresário que não cuida das finanças hoje, tem poucas chances de sucesso.

Tenho encontrado no meu trabalho executivos financeiros que sabem controlar as finanças da empresa, no entanto, pecam nas finanças pessoais. Da mesma forma, contadores que não conseguem equacionar os gastos e viver com a renda que conseguem gerar.

Atendo médicos e advogados que me dizem: “Estudei vários anos e nunca me ensinaram a controlar um escritório ou consultório, a fazer um preço de consulta ou até mesmo a receber um convênio-médico”.

O nosso próprio País passa por descontrole nas finanças, que em anos e anos provocaram uma dívida monstruosa; o que faz com que estejamos sempre vulneráveis a qualquer problema global.

Detalhe: se você não possui uma boa educação financeira e vive tirando daqui para cobrir ali, tudo isto é passado para os filhos. Estes filhos como não aprendem na escola e nem em casa, entrarão no mercado de trabalho, receberão cheques especiais e cartões de crédito, e não saberão usá-los adequadamente. Está escrito no seu cheque a palavra Especial, isto não quer dizer que você é uma pessoa especial, mas que você deve saber usar em uma ocasião especial, e não todo mês.

Empresas: ensinem isto aos funcionários e vocês terão mais produtividade, melhor relacionamento, melhor qualidade de vida e melhores resultados para os acionistas, clientes e colaboradores.

Tenham mais educação financeira para viver em paz com o dinheiro.


Erasmo Vieira
Administrador e Consultor em Finanças Pessoais, sócio-proprietário da Planner Finanças Pessoais
Para ler esta matéria na íntegra clique: www.plannerfinancas.com.br

quinta-feira, 15 de março de 2012

O Poder da Liderança Feminina


por Caio Lauer

Na década de 60, a criação da pílula anticoncepcional foi um grande marco para as mulheres. Com a opção de controlar a fertilidade, a mulher pôde escolher o momento ideal para ingressar no mercado de trabalho em busca de sua independência. Hoje, elas já dominam o meio organizacional e ocupam cada vez mais cargos de liderança nas empresas.

Existem características marcantes no tocante a gestão de profissionais do sexo feminino. Está na natureza das mulheres estarem bem mais atentas aos detalhes das situações, o que faz com que consigam ter uma visão mais ampla da empresa, por exemplo. Isso permite que se comuniquem e negociem com mais tranquilidade e serenidade. As mulheres também administram a jornada dupla de trabalho (cuidar da casa e da carreira), o que reflete na flexibilidade no ambiente corporativo.

Os últimos anos foram marcantes, uma vez que as mulheres aumentaram significantemente a participação em cargos de presidência, diretoria e gerência. No posto de coordenação, por exemplo, já ocupam mais da metade das vagas, com 64% de profissionais (dados do Cadastro Catho, banco de dados da Catho Online com mais de 200 mil companhias):

clique na imagem para ampliar

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem em torno de quatro milhões de mulheres a mais que homens no Brasil. “Elas estudam mais, se dedicam mais, e normalmente estão melhor preparadas em processos de seleção. Buscam ser mais transparentes nas dinâmicas e entrevistas. Acredito que estes sejam alguns dos fatores que fazem com que elas estejam ocupando cada vez mais cargos de gestão”, afirma Fernando Elias José, psicólogo e consultor comportamental em empresas.

Ainda está intrínseco na cultura de algumas empresas a discriminação com a mulher, principalmente quando se fala em liderança. Este preconceito vem diminuindo, até por conta dos resultados alcançados pelas profissionais. “Quando assume uma posição de gestão, a mulher combate o preconceito com bastante conhecimento e desenvolvimento de suas atividades”, opina o consultor.

A participação maior do homem na família também é outro fator que contribuiu para a mulher conquistar sua independência. Isto faz parte de uma reestruturação da instituição familiar como um todo, o que fez com que a mulher tivesse o alicerce para poder trabalhar. “A independência das mulheres também foi influenciada pela necessidade que o mercado tem apresentado e o desejo que cada profissional possui de construir uma carreira, investir numa profissão e até mesmo cuidar de seu próprio dinheiro”, conta Alexandre Santille, sócio-diretor do LAB SSJ, consultoria empresarial.
Preparação

A educação pode ser uma das explicações das mulheres estarem conquistando o mercado de trabalho. O último levantamento do IBGE, mostrou que a escolaridade média das pessoas do sexo feminino em áreas urbanas é de 9,2 anos. Já a dos homens não passa de 8,2 anos de estudo.

“No futuro as mulheres estarão lado a lado com os homens nos cargos de gestão. Este processo ainda requer um pouco mais de tempo. Quando as organizações passarem a encarar a diversidade de gênero como um traço de sua cultura e parte da estratégia do negócio, isso deve acontecer”, aponta Santille.

Fonte da tabela: catho
Fonte da imagem: 

quarta-feira, 14 de março de 2012

Uso de Celular e E-mail Após o Expediente: Vale Hora Extra?

A lei 12.551 determina que o uso dessas ferramentas para fins corporativos equivale a uma ordem dada pelos empregadores e, por isso, geraria hora extra! Especialista explica! 

por Madson Moraes

Você sai do trabalho, chega em casa para o merecido descanso e, inesperadamente, recebe uma ligação do seu chefe alertando sobre uma determinada tarefa para você cumprir no dia seguinte. Ou, também, ele liga para que você veja o e-mail da empresa. Isso pode render horas extras, sabia? A lei nº 12.551, sancionada em dezembro de 2011, estabelece que funcionários que utilizam celular ou e-mail após o expediente poderão receber horas extras porque este tipo contato equivale a ordens diretas dadas aos empregados e, por isso, o pagamento de horas extras.

O que acontece foi que o texto da lei inseriu um parágrafo ao artigo 6º da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), o que acabou com a distinção entre trabalho dentro da empresa e à distância. Ou seja, para fins jurídicos, não existe mais distinção entre trabalho no escritório, em casa e à distância. Mas a lei deixou dúvidas em relação ao controle da jornada de trabalho e a contabilização das horas extras.

"O resultado prático da lei é a previsão do trabalho à distância, privilegiando-se as novas tecnologias as quais possibilitam que o empregado exerça atividade onde estiver e a qualquer momento", explica o advogado Fernando Borges Vieira, sócio sênior do escritório Manhães Moreira Advogados. Mas o uso de smartphone, rádio, celular corporativo e notebook, fora da jornada de trabalho combinada, conta como tempo trabalhado?

Segundo o advogado, todas as atividades desenvolvidas pelo empregado com a utilização de recursos telemáticos e informatizados, como smartphones e tablets, por exemplo, podem ser consideradas como tempo trabalhado. Dessa forma, poderão estas horas repercutir em jornada extraordinária, adicional noturno e outras obrigações trabalhistas.

"Do jeito que o novo parágrafo único do artigo 6º da CLT está redigido, creio que é isso. Mas é preciso se estabelecer, com muita cautela, qual a atividade desenvolvida. Mais precisamente, é preciso saber se o empregador exigiu, de fato, o desenvolvimento de alguma tarefa e se o empregado teve mesmo de desenvolver atividade fora de sua jornada", alerta o advogado. De certa forma, beira o bom senso na hora da avaliação dessas horas extras.

"Se o empregador enviar um e-mail a determinado empregado para que o mesmo não se esqueça da reunião do dia seguinte, não me parece ser razoável pensar em hora extra. Contudo, se o empregador envia um e-mail, além do horário de trabalho, para que o empregado prepare uma apresentação para a reunião do dia seguinte e este desenvolver atividade neste sentido, aí sim me parece justo considerar como trabalho extraordinário", ressalta o especialista que respondeu 7 dúvidas para esclarecer a nova lei.

1. Em sua opinião, é necessário ter essa modalidade de trabalho assinalada no contrato de trabalho?

Não há uma necessidade legal, mas convém não apenas prever esta forma de trabalho, mas, sobretudo, se estabelecer formas de controle, critérios e limites. É oportuno estabelecer, por exemplo, o reembolso de despesas com energia e acesso à Internet, a utilização e manutenção dos equipamentos, entre outros fatores.

2. A empresa deverá fornecer todo o equipamento para o trabalho remoto?

Sim, tratando-se de trabalho exercido em favor do empregador, o fornecimento dos equipamentos de trabalho e a manutenção dos mesmos deverão, em minha opinião, ser de responsabilidade do empregador. Esta condição é favorável ao empregado à medida que não terá despesas com a aquisição e manutenção do equipamento. Esta condição também é favorável ao empregador, pois poderá exercer controle sobre o uso de seus equipamentos e atividades do empregado.

3. O empregador deve arcar com os gastos da internet/luz/manutenção de equipamentos na casa do empregado?

Novamente sim, pois se tratam de gastos realizados em favor do empregador, os mesmos que teria se a prestação de serviços fosse na sede da empresa.

4. Caso o empregado opte por fazer o trabalho à noite, terá direito ao adicional noturno, mesmo tendo sido contratado para o período diurno?

Corre-se sim este risco porque é muito importante estabelecer, por força de um contrato, critérios e limites explícitos. Além disto, é possível que o empregado tenha de trabalhar logado a uma plataforma e seja impedido de exercer suas tarefas além da jornada padrão de trabalho. É muito importante que o empregador exerça efetivo controle da jornada do empregado, não possibilitando que sejam realizadas fora da jornada as tarefas que podem ser exercidas dentro da mesma.

5. Como a empresa poderá controlar a jornada de trabalho e eventualmente comprová-la em uma reclamação trabalhista?

Parece-me ser o melhor meio obrigar o empregado a trabalhar logado à sua plataforma e certificar, via sistema, as atividades desenvolvidas. Desta forma, será possível saber o início e o final do tempo de trabalho, ou seja, quando o empregado ingressa e egressa do sistema. Mesmo havendo esta possibilidade, é muito difícil a comprovação inequívoca da real jornada do empregado, pois o controle não é absoluto ou infalível. Por estas razões, se recomenda que apenas algumas espécies de empregados possam trabalhar em domicílio ou à distância.

6. De que forma a empresa poderá ter certeza de que a pessoa que está desempenhando as tarefas é de fato o empregado contratado?

A melhor ideia parece ser a identificação biométrica do empregado, sendo possível exigir sua identificação em determinada frequência durante a jornada. Contudo, mesmo que se adotem formas de controle, o que vai imperar é a confiança. Por isso, insisto que apenas alguns empregados sejam eleitos, se for o caso, para trabalharem em domicílio ou à distância.

7. Essa mudança pode fomentar o número de ações trabalhistas?

Infelizmente creio que sim, pois o artigo 6º da CLT apenas introduziu esta "nova" modalidade de trabalho sem se preocupar em regulamentá-la propriamente. Todas as questões suscitadas exemplificam esta compreensão. Ainda, como considerar a questão do intervalo intrajornada e do acidente de trabalho, dentre outras tantas? Em minha opinião, o legislador agiu de forma açodada e seria imperioso ouvir juslaboralistas e representantes de empregados e empregadores antes de alterar a lei. Vislumbro, até mesmo a curso prazo, que já comecem a ser suscitadas estas questões perante a justiça do trabalho e permaneço receoso e cético quanto as caminhos a serem indicados pela jurisprudência.


Fonte da imagem: gettyimages

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