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quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Carreira: a Crise Como Ferramenta de Transformação

Entenda com uma crise pode ser usada como instrumento de transformação

Por Eduardo Zugaib

"Você sabe que a maré não está moleza e quem não fica dormindo de touca já sabe da situação. Eu sei que dói no coração, falar do jeito que falei, dizer que o pior aconteceu. Pode guardar as panelas que hoje o dinheiro não deu..."

No momento em que escrevo esse texto, o mundo inteiro está digerindo a grande crise que assola os países europeus. Curiosamente, os versos que abrem este capítulo, refrão de um dos eternos sambas do brasileiro Paulinho da Viola, estão, neste mesmo instante, completando 30 anos. O curioso aqui é óbvio: ele também fala sobre crise – e no Brasil. E serve para lembrar-nos que, em todos os momentos da nossa história pessoal ou da história do nosso mundo, mesmo naquele em que tudo possuía uma aparente estabilidade, sempre estivemos digerindo uma ou várias crises, nos mais diversos ambientes: político, econômico, ambiental e por aí vai.

Hoje, exatamente hoje, enquanto você lê esse texto, há um mundo que está acabando e um mundo novo que está surgindo. Ontem foi assim também. Amanhã também será assim. Independente dos dias que já vivemos, sempre estivemos no ponto em que havia um mundo acabando e outro mundo começando. Quando o homem descobriu o fogo, a roda, inventou a pólvora, empreendeu navegações em busca de novas terras, inventou vacinas, iniciou guerras, enfrentou catástrofes... Tanto em fatos mais significativos como esses, como também naqueles mais cotidianos, a humanidade sempre esteve no exato momento em que um mundo velho acabava e um mundo novo iniciava.

Saindo do plano macro para o pessoal, você se lembra de algum fato negativo que tenha acontecido já há alguns anos com você e que tenha resultado em uma crise? Pode ser um fato pessoal, como a perda de um familiar querido, ou profissional, como uma demissão inesperada ou a evaporação da empresa em que trabalhava e apostava todas as suas fichas e pretensões. Responda a si mesmo, com sinceridade: ao longo dos anos, depois da digestão do fato em si, você se tornou mais forte ou mais fraco? A probabilidade de ter ficado mais forte é maior. É ela que demonstra o real significado de crise: a mudança. Mudança que é a única certeza da vida, depois "daquela outra" que todo mundo já sabe. E quando a mudança chega, as alternativas que nos restam são poucas, duas apenas: ser vítima e deixar-se levar pela onda, ou ser um protagonista, entendendo a mudança e promovendo transformações e novos conhecimentos a partir dela.

Diante do desemprego, um dos grandes fantasmas que nos assombram, provocado pela iminência de uma crise que pode tanto estar acontecendo no plano macro do mundo, como num plano menor, que é o da empresa ou num plano micro, que é o da nossa vida pessoal. Frente a ele, quais são as alternativas? De repente, num dia qualquer, você é chamado pelo seu chefe e "Lamento, mas você está... demitido!".

Quais são as alternativas? Sentar e chorar, esperando alguém ter pena de você? Ou despertar um espírito empreendedor, tratar logo de se melhorar, de buscar oportunidades, ciente de que certos erros e comportamentos antigos deverão ser abolidos pra sempre da nossa vida, mesmo ciente do risco disso não dar em nada?

Imagine que duas pessoas levem um pé no traseiro ao mesmo tempo. Que elas sejam demitidas no mesmo dia, da mesma empresa, numa situação que não possui nada de incomum. Enquanto uma delas opta por ficar em casa, se vitimizando, excomungando o ex-chefe, resmungando e enchendo a paciência de toda a família, a outra acorda cedo já no dia seguinte, lava o rosto, respira fundo, veste sua melhor roupa, estampa na face o seu melhor sorriso e trata logo de procurar um novo trabalho. Qual delas está mais apta a perceber uma oportunidade, por menor que ela seja?

Que tal mudar um pouco de lado no balcão? Imagine que você é o empresário ou profissional encarregado das entrevistas com futuros colaboradores. Qual destas pessoas você contrataria? A que guarda as panelas ou a que as deixa expostas, limpas, areadas e brilhando?

"Os homens são como tapetes. Às vezes precisam ser sacudidos" - Provérbio Árabe


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sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Quando é Hora de Arriscar?

Autor: Samara Teixeira 

Para almejar mudanças na carreira, é necessário que o profissional saiba exatamente onde quer chegar e, para isso, ele deve ter um propósito bem definido.

O esgotamento funcional acontece quando a pessoa percebe que a execução de seu trabalho não está mais compatível com suas expectativas. Neste momento é importante avaliar se o lugar em que está permite que seu potencial seja melhor utilizado, e só então deve-se pensar em possíveis mudanças.

Para assumir um novo desafio o profissional preparar e promover suas habilidades, estudando o próprio desenvolvimento. Após isso, ele deve saber quais as competências que deverão ser melhoradas para que consiga executar um novo trabalho. Se for lidar com pessoas, por exemplo, deverá desenvolver sua liderança e, se for exposto a uma nova tecnologia, deve estar aberto a aprender como lidar com ela.

Segundo Lucas Rezende, especialista em programação neurolinguística do INAp (Instituto de Neurolinguística Aplicada), o profissional precisa se sentir bem com isso. As expectativas devem estar alinhadas: “ele deve saber como poderá desenvolver as competências necessárias para o novo cargo e se a empresa irá apostar nisso”. Para que a transição da carreira seja feita corretamente é necessário o indivíduo traçar metas de curto, médio e longo prazos dentro da empresa, usando critérios com foco no desenvolvimento pessoal e enriquecendo sua descrição de cargos.

Quando o profissional sente que falta alguma habilidade para ser desenvolvida é fundamental ser autêntico e dialogar, assumir a responsabilidade e informar para o gestor exatamente o que falta, pois isto abrirá portas para uma decisão em conjunto. Estas atitudes são extremamente positivas e contribuem tanto para o crescimento do profissional, quanto para a empresa, que poderá contar com um colaborador melhor preparado.

De acordo com Mike Martins, diretor executivo da Sociedade Latino Americana de Coaching, deve-se levar em consideração os ganhos e perdas na tomada de decisões. “E, ao tomá-las, é importante que o profissional tenha um plano B para ser acionado a qualquer momento, além de um planejamento financeiro para lidar com possíveis fases de adaptação e conhecimento da nova função”.

O momento de mudar

Sentindo-se pronto para o novo desafio, e isso implica autoavaliar-se cuidadosamente, o profissional deve solicitar uma conversa com o líder para evitar fofocas e possíveis desentendimentos, além de explanar os feitos executados e quais serão os ganhos para todos com o incentivo da promoção.

O processo de promoção levará em consideração algumas constantes, por exemplo, em uma equipe de vendas é válido avaliar se a empresa perderá o seu melhor vendedor para ganhar um gerente de vendas não tão bom assim, já que as habilidades são diferentes. Também é necessário a empresa realizar feedbacks, com foco em competências, seguido de um mapeamento de habilidades e pontos a desenvolver, para evitar frustrações futuras para ambos.

Caso seja possível realizar esta transição, a organização deve pensar em como preparar adequadamente este profissional. Para Irene Azevedo, professora de liderança na BBS ( Brazilian Business School), sempre há gaps a serem preenchidos, mas, o importante é acompanhar e facilitar este processo. “Nestes casos um trabalho de coach para prepará-lo pode ser uma boa opção, pois desta forma ele estará capacitado a ter um melhor desempenho, diminuindo o impacto que toda promoção tem”.

Caso o profissional sinta dificuldade de adaptação ao novo cargo é importante entender que alguns ajustes podem levar mais tempo e serem mais desafiadores e, além disso, focar nos ganhos a médio prazo até que tenha o práxis. Para o CEO da Albenture, Dr. Alberto Garcia Francos, tudo dependerá da raiz do problema, “se a dificuldade pode ser sanada, é importante dar o apoio para se adquirir as novas habilidades”.


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terça-feira, 4 de agosto de 2020

4 Passos Para Montar um Plano de Carreira

Diretora de carreira da Right Management diz que fazer um plano de carreira é olhar em uma perspectiva e traçar objetivos ao longo do tempo

Por Edilaine Felix

Todo profissional deve ter os objetivos de sua carreira definidos. Começando pela profissão escolhida, determinar planos, mesmo que de curto prazo, para avaliar o que consegue entregar e que vai agregar valor a sua profissão é fundamental.

A diretora em transição de carreira da Right Management, Matilde Berna, diz que um plano de carreira é feito de escolhas. “A cada fase da carreira e da vida existem escolhas que são importantes avaliar. Fazer um plano de carreira é olhar em uma perspectiva e traçar objetivos ao longo do tempo”.

Em que fase da carreira você está? É preciso avaliar se está começando a carreira ou na fase de consolidação, entre 40 e 45 anos. Fazer um plano de carreira está relacionado ao que te motiva, te interessa e o que tem como objetivo.

Segundo Matilde, esses objetivos podem ser delineados todos os anos, ou em uma linha de longo prazo. É preciso analisar em que ponto você está e onde pretende chegar. "Também é importante conhecer quais suas habilidades, conhecimentos, interesses, o que te motiva efetivamente?"

Ser claro em suas escolhas. De acordo com Matilde, quando você se enxerga, sabe em que momento está, quais habilidades e conhecimentos você carrega, é mais fácil saber onde quer chegar, quais os objetivos: ser gerente?, gestor? presidente? É preciso conhecer o que falta para chegar onde você quer.

Não precisa decidir o que quer ser daqui a 20 ou 30 anos. Ao escolher uma profissão, é preciso prestar atenção no mercado para conhecer que a construção de uma carreira não é simples. “Tem percalços e conquistar os objetivos é um trabalho árduo”.

Olhar para o mercado. Conhecer a complexidade do mercado, “conhecendo os obstáculos, você traça um plano interessante, mas não irreal”, diz Matilde. Um plano de carreira não é traçado em linha reta. “É uma opção sua escolher a universidade que vai cursar, escolher a atividade que vai fazer, mas você não tem total domínio de onde vai trabalhar e se o mercado vai responder positivamente às suas ações”, destaca Matilde.

Autoconhecimento. O profissional deve buscar conhecimento sobre os significados deste trabalho em sua vida. Quanto de dinheiro quer ganhar, o quanto está disponível em relação ao tempo, a mobilidade. Segundo Matilde tudo isso é investimento financeiro e de tempo.

“O plano de carreira tem que ter clareza de quem é o profissional, das suas habilidade, do que eu já conhece e com o que tem afinidade. É muito importante olhar para o mercado e ver para onde ele está indo.

A diretora de carreira, enfatiza que quando se fala de sucesso na carreira, não estamos falando apenas de capacidade cognitiva e de habilidades, mas também de ter também boas atitudes, conduta, em qualquer ambiente.

A sua capacidade de lidar com essas relações, com os conflitos e com a pressão é fundamental para ter uma carreira bem sucedida. “Não basta ter somente uma grande capacidade técnica, e sim atitude frente aos problemas”, finaliza.


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sexta-feira, 31 de julho de 2020

4 Sinais de Que Você Ainda Não Merece um Aumento

Você sente que está empacado na sua carreira? Saiba, então, quais podem ser os erros que estão impedindo que você deslanche

Por Lygia Haydée

Um aumento nunca deixa de ser bem vindo e é um estímulo na carreira da maioria das pessoas. Mas por que será, então, que tantas pessoas acabam empacando em suas profissões, sem nem ao menos ter uma perspectiva do que será feito dali 10 anos?

Algumas atitudes mostram se você está apto a assumir novas responsabilidades, o que traz, também, novos desafios, tarefas diferenciadas e, o que muitos buscam, aumento salarial. “Para que você possa crescer o mais importante é que não caia no erro de ter falta de humildade ou de coragem para aceitar novos desafios. Você terá de fazer algo diferente, além de saber enfrentar os problemas”, diz Eduardo Amarante, um dos representantes da Dale Carnegie no Brasil.

Por incrível que pareça, dentre os erros que estão ligados ao lado profissional, muitas pessoas acabam, também, errando nas relações humanas, fator importante para obter resultados favoráveis na carreira. “De que adianta o conhecimento técnico se você não souber lidar com pessoas? Você daria uma promoção ou entregaria sua empresa ou seu cargo para alguém que não sabe lidar com os outros?”, indaga Amarante.

Junto com a promoção você terá que assumir, também, novos riscos, o que deve ser previamente planejado. “É preciso entender as novas responsabilidades trazem ônus e bônus. Então é preciso que você saiba muito bem do que está disposto a abrir mão para que essa promoção seja válida. Nós somos imediatistas, queremos resultado em um curto prazo. Mas para crescer é preciso ter metas”, avalia Mike Martins, coach e diretor executivo da SLAC. 

Com isso em mente, perceba os pontos onde você ainda está falhando e invista em seu crescimento pessoal e profissional para alcançar bons frutos. Veja os erros mais comuns que fazem com que as pessoas fiquem empacadas na carreira. 

1. Não saber lidar com a equipe 

Ter estabilidade emocional é um dos segredos para ter sucesso e muitas pessoas não dão importância a isso pensando que as relações pessoais devem ficar em segundo plano quando o assunto é profissão. “A maioria pensa apenas em si, nos seus problemas, e se esquece de ver o ponto de vista do outro”, avalia Amarante.

Se você se interessa verdadeiramente pelas outras pessoas, mesmo com suas limitações, você superará obstáculos de aprendizagem, adaptação e negociação, que são requerimentos básicos de um bom profissional. “Saber entender o ser humano é fundamental, e esse aprendizado é infinito. Estamos em constante aprendizado quando interagimos com os outros. Por isso, muitas vezes a experiência da vivência fala mais alto do que a experiência acadêmica”, recomenda o profissional.

2. Não se atualizar

Saber se relacionar não significa, no entanto, que você deve deixar o estudo de lado. “A preparação é importante, então estude e se atualize sempre”, diz Amarante. Isso fará com que você saia da sua área de conforto, natural depois de alguns anos exercendo o mesmo cargo. “A maioria das pessoas tem esse hábito e depois de um tempo não consegue mais sair do comodismo estabelecido, sempre aceitando o que lhe é imposto”, diz Martins.

Para brigar por um aumento de salário, é preciso estar atualizado sobre o seu mercado e ter, também, conhecimentos gerais. “Para que você chegue aonde quer é preciso mostrar para a empresa o que pode trazer de bom para ela”, diz Martins. Tenha iniciativa, um ponto que ainda falta a muitos profissionais e que causa boa impressão. “Se você não dá o exemplo, como vai inspirar outras pessoas? A motivação gera atenção e isso, se você tiver coragem, gera iniciativa”, pontua Amarante.

3. Ter falta de atenção

Outro erro que acaba com a imagem profissional e muitas vezes faz com o desejado aumento nunca chegue é ser desatento. “Como podemos delegar mais responsabilidades ou dar aumento para alguém que se esquece, se perde nos processos, não está atento ao que acontece ao seu redor ou fora do seu ambiente de trabalho?”, questiona Amarante.

Para fugir disso é preciso ter motivação, além de entender que a sua ação interfere em vários outros aspectos da sua vida profissional. “Se alguém falhar, prejudica todo processo”, ressalta Amarante. Aqui entra, também, a falta de confiança, presente no dia a dia de muitos profissionais. “Às vezes, podemos observar o potencial de alguém em pequenos gestos. E é nesse momento que entra o preparo profissional. Faça treinamentos, prepare-se, busque conselhos com os mais experientes, seja um bom ouvinte e observador”, aconselha.

4. Não saber onde quer chegar

Não adianta ficar apenas se queixando de tudo e de todos quando o assunto é trabalho. Para que você tenha resultado na hora de crescer na carreira é preciso, antes de tudo, que você trace um plano de carreira. “É preciso que você saiba onde você está e para que lugar você quer ir. Mapeie tudo para saber quando estará satisfeito. Crie metas de curto, médio e longo prazo”, aconselha Martins. E lembre-se de que, para crescer, é preciso correr riscos, além de ter planos.


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quarta-feira, 29 de julho de 2020

As Bases do Elogio e da Repreensão na Empresa


Por Abraham Shapiro

Eu assistia a um stand up na tv, dia desses, quando o comediante disse: “Até os meus oito anos de idade, eu achava que o meu nome fosse ‘seu burro’ porque é assim que meu pai me chamava o tempo todo”.

As palavras têm poder. Elas criam ou destróem mundos inteiros.

Assim como um pai reforça a autoconfiança e a autoestima do filho através dos termos que emprega no relacionamento com ele, um chefe também ganha ou perde o funcionário dependendo dos elogios e repreensões que efetua.

O problema está em entender que um elogio no trabalho nada tem a ver com atributos pessoais do colaborador. Não se trata de dizer se ele é bom ou mau, bonito ou feio, educado ou não. Estes são julgamentos subjetivos. Do mesmo modo, uma repreensão jamais deve ser feita sobre situações pessoais do funcionário – especialmente num tempo em que processos por danos morais já são corriqueiros.

Tanto o elogio quanto a repreensão se fundamentam num único padrão de medida: os objetivos estabelecidos para a função que o funcionário exerce.

Quando ele é flagrado desempenhando seu papel com eficiência, o chefe deve fazer-lhe um elogio pela atitude que o flagrou desempenhando. E quando o funcionário se distancia do procedimento ou contradiz o que foi estabelecido em seus objetivos, ele é repreendido e instruído – ou treinado – a fazer o que se espera dele. Detalhe importante: em ambas as situações, espera-se que o chefe confirme sua confiança no funcionário, assim como sua certeza de que ele é competente para repetir ou abandonar a atitude em que foi flagrado.

A conclusão é que sem objetivos claros e mensuráveis que descrevam e possibilitem treinamento na função, nem elogios e nem repreensões terão bases na objetividade e, portanto, não funcionarão. Isto acabará significando desentendimentos, ineficiência e confusões frequentes. Quem perde? O chefe, o funcionário e a equipe. Quem paga a conta? Como sempre: a empresa.


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