por Redação Liderança
Lembra-se de como era lá pelos idos dos anos 90? A palavra de ordem era “empregabilidade”. Compromisso zero entre empresas e funcionários. Todos aceitavam uma cultura de alta rotatividade: três meses em uma empresa, seis meses em outra, isso é ótimo tanto para a carreira da pessoa como para a empresa, ambos se “oxigenam” bastante com as idéias novas.
Depois de alguns anos, o conceito ruiu. Como podemos esperar que nossos clientes sejam fiéis, como podemos passar uma atmosfera de solidez, se não desenvolvemos esses sentimentos em nossos funcionários? Fidelidade, comprometimento, paixão pela empresa e pelo que se faz eram qualidades esquecidas.
Hoje o termo mais mencionado é “retenção de talentos”. É preciso encontrar e reter as pessoas que realmente importam. Que fazem a diferença. Mas essa busca é um pouco complicada porque não se limita à competência de fazer algo. É preciso encontrar aquele pequeno algo a mais, que diferencia as pessoas. Há milhares de empreendedores na Grã-Bretanha, mas só um Richard Branson. Milhares de cantores no Brasil, mas só um Roberto Carlos, que parece imune ao tempo e às modas.
O que é, então, esse talento? Certas pessoas o definem pelo absoluto foco na carreira e no que pode se conseguir no trabalho. Paixão pelo que se faz. Isso inclui – mas não está limitado – a leituras, interesses pessoais, hobbies e atitudes para com outras pessoas.
O currículo de uma pessoa, portanto, diz pouco sobre o talento. Números que ele representa ajudam: resultados em outras empresas, feitos conseguidos em associações de bairro ou não-governamentais, entre outros.
Ou seja, são características que não aparecem em um currículo, mas em uma conversa mais a fundo, descompromissada com a pessoa. Se você identificar um sentido de missão, uma vontade inesgotável de fazer algo, de seguir aquele caminho, essa pessoa, além de talento, está completamente motivada. Se ainda não a contratou, não espere mais.
Porém, você já pode estar com essa pessoa aí, do seu lado, só que escondida, desmotivada, mal-direcionada. Muitas vezes, seu talento é sufocado pela burocracia. Outras vezes, a carreira a empurrou para outros lados que não a satisfazem tanto. De qualquer maneira, está fazendo você perder dinheiro, já que ela rende muito menos do que poderia.
Por isso, uma ou duas vezes por ano, faça seu pessoal passar por uma “entrevista de seleção”. Identifique as áreas onde aquela pessoa seria mais útil, por que não está se esforçando para fazer aquilo. Tracem juntos estratégias para melhorar o rendimento e a satisfação do profissional. Algumas vezes, isso significa perder um profissional para outra área. Entretanto, é melhor do que ficar com alguém que pode até estar contaminando a equipe.
Para minimizar esse perigo, desenvolva uma cultura de recrutamento permanente. Viu alguém que trabalha bem, fazendo algo que você gosta ou que você sabe que pode ser bem aproveitado em sua empresa? Dê seu cartão, faça um pré-contato, anote nome e telefone. Esse banco de talentos pode tirar sua empresa de várias situações complexas.
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Fonte: revista liderança online