Flavia Muraro
Certa vez, em artigo para a revista Veja, Stephen Kanitz escreveu que as empresas contratam profissionais para fazer o que a comunidade acha importante ser feito, não aquilo que os funcionários gostariam de fazer, que normalmente é jogar futebol, ler um livro ou tomar chope na praia.
Será que isso quer dizer que estamos fadados a trabalhar em algo que não gostamos em nome da sobrevivência?
Se todos nós fizéssemos somente o que gostamos, quem faria o tal do “trabalho sujo”? Aquilo que ninguém quer fazer e que é extremamente importante para o bom funcionamento das empresas, estados e comunidades?
O trabalho ideal deveria ser aquele que reúne três premissas básicas: gostar, fazer bem feito e conseguir ser bem remunerado pelo que se faz.
Se você só gosta de seu trabalho e o faz muito bem, mas o mercado não está disposto a pagar por ele, você não tem mais do que um hobby. Se você gosta do que faz e o mercado está disposto a pagar pelos seus serviços, mas te falta competência, em breve você será superado por competidores mais efetivos. Por fim, se você é muito bom no que faz, é bem remunerado, mas detesta fazê-lo, possivelmente esse trabalho terá vida curta, pois você vai logo se desmotivar ou até mesmo ficar doente.
O que fazer se minha atividade profissional não é exatamente o trabalho dos meus sonhos? Qual o trabalho ideal? Seria aquele em que seguimos nossos princípios e valores que, uma vez fundidos um ao outro seriam transfigurados em metas de carreira?
Isso existe?
Uma boa dica para começar a gostar mais do que se faz é procurar conhecer melhor tudo o que envolve o seu “ganha-pão”. Esteja sempre atualizado, estude, leia, aprofunde seus conhecimentos em sua área de atuação. Já reparou que, à medida que sabemos mais sobre um determinado assunto passamos a gostar mais dele?
Confúcio, filósofo chinês, disse: “escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida”.
Antes de jogar tudo para o alto e mudar de carreira, que tal aprender a amar seu trabalho, buscando mais conhecimento sobre sua área, desenvolvendo competências necessárias para executá-lo bem e finalmente, fazendo-o muito bem feito?
Assim você será mais feliz no trabalho e fora dele, e vai gostar ainda mais de jogar futebol e tomar seu chope na praia.
Fonte: Você s/a